Se tem uma coisa que faz parte da identidade do Brasil, além do futebol e do samba, é o café. Seja no cafezinho depois do almoço ou naquele espresso que salva o dia, o grão está presente na vida dos brasileiros de um jeito quase sagrado. Mas o que muita gente não percebe é que o Brasil não só consome muito café – ele domina o jogo quando se trata de exportação. Em fevereiro de 2025, o país exportou 3,3 milhões de sacas do produto.
Mas o que esse número realmente representa? Vamos entender melhor essa história e como isso pode afetar o seu bolso – e até o sabor da sua xícara diária.

O Brasil ainda é o maior exportador de café do mundo?
Sim, e por uma grande margem! De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país responde por aproximadamente 35% do café comercializado no mundo. Para se ter uma ideia, o segundo maior exportador, o Vietnã, foca principalmente na produção de café robusta, enquanto o Brasil domina tanto na produção de robusta quanto na de arábica, que é a variedade mais valorizada.
Segundo o portal Notícias Agrícolas (link aqui), em fevereiro deste ano, o país exportou um total de 3,3 milhões de sacas de café, mantendo um ritmo estável, apesar das oscilações do mercado global. Esse número, no entanto, é um pouco menor do que o registrado em janeiro de 2025, quando foram exportadas 3,6 milhões de sacas.
Mas calma, isso não significa que a produção está em queda. O setor segue um ciclo sazonal, e é normal que a quantidade exportada varie de um mês para outro. O importante é que, no acumulado do ano, o Brasil continua firme no topo do ranking.
Mas o que influencia essa exportação?
A quantidade de café que o Brasil exporta não é algo aleatório. Diversos fatores impactam esses números, e alguns deles podem fazer toda a diferença na hora de você comprar seu pacotinho de café favorito no mercado. Aqui estão os principais pontos que afetaram a exportação em fevereiro:
1. Clima e safra
O clima tem um impacto direto na qualidade e quantidade do café produzido. Chuvas em excesso podem prejudicar a maturação dos grãos, enquanto secas prolongadas podem afetar o desenvolvimento da safra. Em 2024, algumas regiões produtoras enfrentaram problemas climáticos, o que reduziu um pouco a oferta de grãos.
2. Cotação do dólar
O mercado de café é extremamente ligado ao dólar. Como a maior parte das exportações é feita para o exterior, a variação da moeda americana impacta diretamente os preços e a demanda. Se o dólar sobe, os produtores podem preferir exportar mais, já que recebem mais reais por saca vendida.
3. Demanda internacional
Os principais consumidores do café brasileiro são os Estados Unidos e a Europa. Qualquer oscilação no consumo desses mercados pode afetar diretamente as exportações. Em fevereiro, por exemplo, a demanda global continuou alta, especialmente com a retomada econômica em diversos países após a desaceleração do final de 2024.
4. Logística e custos de exportação
Outro fator importantíssimo é a infraestrutura logística. Se os portos enfrentam atrasos, se os custos de frete disparam ou se há problemas com transporte interno, as exportações podem ser impactadas. Em fevereiro, não houve grandes problemas nesse sentido, mas a alta nos custos de transporte marítimo sempre preocupa os exportadores.
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O impacto no preço do café que você toma todos os dias
Agora vem a parte que realmente interessa: isso vai afetar o preço do café que você compra? A resposta curta é sim, mas não de forma imediata.
O preço do café no Brasil sofre influência do mercado externo. Se a demanda global está alta e os estoques por aqui ficam menores, o preço pode subir. No entanto, o mercado brasileiro também tem um consumo interno muito forte – diferente de países como o Vietnã, que exporta quase tudo o que produz.
Outro ponto importante é que a alta exportação geralmente significa um mercado saudável para os produtores, o que pode incentivar mais investimentos e melhorias na produção. A longo prazo, isso pode até resultar em uma melhor qualidade do café disponível no país.